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Primeiras plantas causaram eras glaciais no planeta
Imagem: Stephen Hudson |
Há 490 milhões de anos, no período geológico conhecido como Ordoviciano, o clima do planeta começou a esfriar. Esse resfriamento culminou numa sucessão de eras glaciais.
O motivo da queda de temperatura não era conhecido, inclusive porque a proporção de gás carbonico (CO2) na atmosfera terrestre era cerca de 20 vezes superior à atual.
Modelos climáticos sugerem que a concentração de CO2 teria que diminuir para oito vezes a atual, para que houvesse glaciações. Assim, faltava um mecanismo para explicar essa queda, se é que ela ocorreu.
Vários processos podem estar por trás de uma redução de CO2 na atmosfera. Um deles é o aumento da desintegração química de rochas chamadas silicatos, ricas no elemento silício (o granito é um exemplo de silicato). O gás carbônico, em contato com a água da chuva, forma um ácido que reage com silicatos, retirando carbono do ar. Durante o Ordoviciano, houve intensa formação de montanhas no que é hoje a costa Atlântica dos Estados Unidos. Também houve muita atividade vulcânica no período, o que gerou basalto, outro tipo de silicato. O próprio movimento dos continentes ao longo de zonas quentes intertropicais pode ter resultado num nível de chuvas maior, o que aumentou a velocidade da desintegração química, chamada de intemperismo. Porém, nenhum destes processos seria suficiente para explicar o decínio no nível de gás carbônico. Sendo constantes, eles também não poderiam causar o aparecimento de várias glaciações.
Além disso, durante o Ordoviciano, são conhecidos dois períodos em que houve uma deposição muito acentuada de carbono originário de seres vivos (na forma de carbonato) no Oceano. Depósitos de fósforo dessa época sugerem que o fluxo deste elemento para o oceano foi elevado. Isso teria desencadeado o crescimento de algas, que repentinamente se viram diante de uma grande fartura de fósforo. Por sua vez, o crescimento das algas teria diminúido a concentração de oxigênio disponível na água para se respirar, o que teria provocado a morte de muitos seres aquáticos. Daí o aparecimento de vastos depósitos de carbono.
Na revista Nature Geoscience desta semana, pesquisadores ingleses demonstraram que as mudanças globais do Ordoviciano podem ser explicadas, pelo menos em parte, pelo aparecimento das primeiras plantas terrestres.
Ao crescer, toda planta consome minerais como fósforo, magnésio, potássio, cálcio e ferro. As primeiras plantas (provavelmente musgos) desenvolveram maneiras de extrair tais elementos químicos de rochas, acelerando o intemperismo. Os pesquisadores, da universidade de Exeter, fizeram experimentos com ambientes fechados contendo rochas com ou sem musgos em sua superfície. Os experimentos confirmaram um aumento do intemperismo químico causado pelos musgos. Além disso, realizaram simulações por computador que resultaram nos picos de deposição verificados no Ordoviciano, e numa consequente diminuição do gás carbonico atmosférico e na temperatura global.
Essa cadeia de eventos também poderia explicar um episódio de expansão em massa no mar durante o Ordoviciano, cuja causa ainda é desconhecida.
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