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Sonda Mars Express Revela Antigos Oceanos em Marte
Bruno Maçães
A sonda Mars Express, que atualmente se encontra orbitando Marte, revelou indícios de que o planeta já foi coberto por oceanos. Através de um radar, sedimentos típicos do fundo de um oceano foram identificados. Este fundo oceânico estaria dentro dos limites de uma linha costeira previamente identificada.
Jérémie Mouginot, do Institut de Planétologie et d'Astrophysique em Grenoble, França, analisou mais de dois anos de dados coletados pelo radar MARSIS, à bordo da sonda. Os dados mostraram que as planícies do planeta estão cobertas por um material de baixa densidade. “Interpretamos isso como depósitos de sedimentos [areia ou lama que se depositam no fundo de um rio ou oceano]. Essa é uma forte indicação de que havia um oceano nestes locais”, disse.
A existência de oceanos no passado marciano ainda é controversa, mas diversas sondas que visitaram o planeta retornaram dados cada vez mais convincentes – como fotografias de faixas litorâneas - de que tais oceanos existiram.
Dois oceanos foram propostos: um que existiu há quatro bilhões de anos e outro que se formou há três bilhões de anos. O primeiro teria surgido pouco depois do planeta se formar, quando ele ainda retinha uma atmosfera densa e o clima era mais quente. O segundo resultou do derretimento de gelo no subsolo, possivelmente após um aumento da atividade geotérmica. Esse aumento teria criado canais que escoaram a água para locais menos elevados.
ESA, C. Carreau |
Novos dados sobre Marte colhidos pela Mars Express revelam sedimentos semelhantes aos do fundo de um oceano. Tais sedimentos estariam localizados no interior de antigas faixas litorâneas, previamente identificadas. O oceano teria coberto as planícies setentrionais do planeta bilhões de anos atrás. |
ESA, C. Carreau |
A Mars Express utilizou o radar MARSIS para colher fortes indícios de que Marte possuía um oceano. O instrumento iniciou operações em 2005. |
“O MARSIS penetra fundo no chão, revelando os primeiros 60 a 80 metros do subsolo do planeta.”, disse Wlodek Kofman, líder da equipe que opera o radar. “A essa profundidade, vemos indícios da presença de material sedimentar e gelo”.
Os sedimentos se revelam como áreas de baixa refletividade no radar. Eles tipicamente constituem material granular de baixa densidade que se desprendeu devido à erosão pela água e foi carregado até onde se encontra hoje.
Segundo estimativas de Mouginot, o oceano mais recente teria durado “apenas” cerca de um milhão de anos ou menos. Existem duas possibilidades para o que aconteceu com a água: ou ela penetrou no subsolo e voltou a congelar, ou tornou-se vapor, que passou para a atmosfera. “Não creio que tenha havido tempo para que surgisse vida”, disse. Para encontar evidências de vida, seria necessário penetrar ainda mais fundo na história do planeta, quando a água existiu na forma líquida por um longo período de tempo.
Os resultados obtidos pela Mars Express fornecem os melhores indícios até o momento de que existiram oceanos em Marte, e de que o papel destes no passado geológico do planeta foi importante.
“Resultados anteriores se basearam no estudo de imagens e dados mineralógicos e medições atmosféricas. Agora temos uma visão obtida pelo radar de subsolo”, disse Olivier Witasse, da equipe da Mars Express.
Ainda falta descobrir para onde toda a água do planeta foi. Ela pode estar no subsolo ou ter escapado da atmosfera, devido à baixa gravidade. Ou ambas as possibilidades.
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